COMISSÃO DE HOSPITALARIA

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Religião no Antigo Egito

 

Tríade de Abidos (Osíris, Hórus e Ísis)

O Antigo Egito fundamentou-se por sua plena relação com o divino e na vida após a morte de tal modo que o reinado faraônico foi baseado no direito divino dos reis; considerava-se o faraó filho do deus Rá (depois conhecido como Amom-Rá ao ser fundido com Amom). A religião teve influência tanto em âmbito ideológico (a história foi explicada em viés divinos) como em caráter prático (a sociedade assim como a economia moldaram-se por influência de tal instituição); durante a história a economia local esteve intimamente relacionada com os templos. Na religiosidade, o culto às divindades sobressaía as crenças gerais, o que faz da religião mais ortoprática do que ortodoxa.

Os egípcios antigos eram politeístas e seus deuses representavam diversos elementos naturais que eram vinculados com elementos cotidianos. Cada cidade possuía seu deus padroeiro assim como um específico animal sagrado que a ele era consagrado; caso uma cidade se tornasse capital do reino (p. ex. Tebas) o deus local, da mesma forma que o animal a ele dedicado, eram elevados ao âmbito nacional e, consequentemente, começavam a ser cultuados por todo o império (p. ex. Amom). Os deuses egípcios tinham características antropomórficas, zoomórficas ou mistas; conquanto, embora idealizassem seus deuses com certas características animais, pode-se considerar que postulavam que tal deus possuísse as habilidades daquele animal e não necessariamente sua forma.

Os deuses, muitas vezes evocados para ajuda e/ou proteção, também eram provedores de grandes males, de modo que tinham que ser aplacados com oferendas e orações. Assim como a sociedade, o mundo divino egípcio era fortemente hierarquizado; continuamente, por meio de mitos diversos, os deuses do panteão eram promovidos ou rebaixados nesta hierarquia. Tal fato ocorreu, pois os sacerdotes não se esforçavam para organizar os diversos mitos, por vezes conflitantes, em um sistema coerente, já que consideravam estas diversas concepções divinas, múltiplas facetas da realidade. Os deuses eram ordenados e hierarquizados em grupos de três (tríades), oito (Enéades) e nove (Ogdóades); destes pode-se citar a Enéade de Heliópolis, a Ogdóade de Hermópolis e as Tríades de Mênfis, Tebas e Elefantina.

Os deuses, a mando dos faraós, eram adorados nos templos e os cultos eram administrados por sacerdotes que diariamente lavavam, perfumavam, maquilavam e alimentavam a estátua do deus que permanecia trancada em um nau no centro do templo. Os templos não eram locais para adoração pública, e somente em dias comemorativos ou em festas selecionava-se um santuário para onde se transportava a estátua para que houvesse adoração pública; as procissões que transportavam as estátuas, que eram assistidas pela população, contavam com a participação de músicos e cantores. Cidadãos comuns podiam ter estátuas cultuais privadas, assim como amuletos de proteção. Após o Império Novo o papel do faraó como intermediário espiritual foi ofuscado devido ao desenvolvimento de um sistema de oráculos para comunicar as vontades divinas diretamente a população.

Os egípcios durante sua história desenvolveram um pleno conceito de vida após a morte. Inicialmente acessível apenas para os faraós, a partir do Primeiro Período Intermediário alargou-se para toda a população, o que provocou um considerável aumento do uso de práticas como a mumificação. Segundo a visão egípcia os seres humanos eram compostos por cinco partes: corpo, sombra (šwt), alma (bá), força vital (cá) e nome. O coração, ao invés do cérebro, era considerado a sede de todos os pensamentos e emoções. Após a morte de um indivíduo seus aspectos espirituais são liberados e estes necessitam de restos físicos ou uma estátua para habitarem permanentemente. Todo defunto almejava voltar a seu cá e bá de modo a se tornar um anque (akh). Para isto acontecer era necessário que o defunto fosse julgado digno no Tribunal de Osíris, onde seu coração era pesado; caso considerado digno, este poderia continuar a existir na terra em forma espiritual; caso contrário seria devorado por um monstro que consistia na mistura de três animais, leão, crocodilo e hipopótamo.

Fonte:
BBC History: Egyptians
Ancient Egypt Online
Ancient Egyptian Metallurgy
Digital Egypt for Universities.
Ancient Egypt
UCLA Encyclopedia of Egyptology
Ancient Egypt

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