COMISSÃO DE HOSPITALARIA

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Sobre o saudoso Ir∴ Joaquim Gonçalves Ledo

Joaquim Gonçalves Ledo (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1781 Fazenda do Sumidouro, Cachoeiras de Macacu, 19 de maio de 1847) foi um jornalista e político brasileiro.

O primogênito do comerciante Antônio Gonçalves Ledo e de D. Maria dos Reis Ledo, era irmão de Custódio Gonçalves Ledo. Aos 14 anos, mudou-se do Brasil para estudar em Portugal e entrou na Maçonaria.

Retornou ao Rio de Janeiro em 1808 para assumir os negócios da família. Continuou na Maçonaria e ingressou na política, lutando a favor da independência. Tornou-se adversário de José Bonifácio de Andrada e Silva em ambas áreas.

Em 15 de setembro de 1821, fundou o Revérbero Constitucional Fluminense em parceria com Januário da Cunha Barbosa. O principal articulador da Independência do Brasil, foi um dos responsáveis pelo Dia do Fico e pela convocação da Assembleia Constituinte de 1822.

Casou-se com Ana Carolina de Araújo em 1833. Ledo foi procurador e deputado provincial do Rio de Janeiro até 1834, quando abandonou a política para viver em sua fazenda em Cachoeiras de Macacu, onde morreu aos 66 anos de ataque cardíaco.


A Maçonaria e a Independência do Brasil


"As cortes me perseguem. Chamam-me, com desprezo, de rapazinho e de brasileiro. Verão agora o quanto vale o rapazinho. De hoje em diante, estão quebradas as nossas relações. Nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal! Independência ou morte!”

O brado do príncipe D. Pedro em 7 de setembro de 1822 perpetuou-se no imaginário popular como o principal ato por meio do qual o Brasil se libertou do jugo de Portugal, deixando de ser Colônia daquele país. Contudo, foram necessários inúmeros movimentos que antecederam àquela histórica cena, muitos dos quais influenciados pela Maçonaria.

A verdade é que o tema “independência” era latente entre os Maçons e já estava na pauta das reuniões da Ordem. Foi o Maçom Joaquim Gonçalves Ledo, pertencente à Loja Comércio e Artes, do Rio de Janeiro, que em eloquente discurso pronunciado em reunião do Grande Oriente do Brasil, no dia 20 de agosto de 1822, desafiou Dom Pedro a dissolver os laços que uniam Brasil e Portugal, propondo que se firmasse a proclamação de nossa independência e se instalasse a realeza constitucional na pessoa de Dom Pedro. A proposta foi aprovada por unanimidade.

Antes, porém, em 13 de maio de 1822, alguns maçons do Rio de Janeiro, capitaneados por Joaquim Gonçalves Ledo, outorgaram ao Príncipe Regente o título de “Defensor Perpétuo do Brasil”, galardão oferecido à época pela Maçonaria e pelo Senado.

Com a ascensão de Joaquim Bonifácio de Andrada e Silva ao cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, fato que se deu em junho de 1822, a Maçonaria se engajaria definitivamente na luta pela independência em relação a Portugal. A partir de então, segundo historiadores maçons, só ingressariam na Ordem homens comprometidos com a tese, o que demonstra o nível de engajamento da Maçonaria com o movimento pela independência do Brasil.

Entretanto, a estratégia traçada para se chegar à independência passava pela iniciação de D. Pedro, a quem, aliás, José Bonifácio já havia falado acerca da Maçonaria, citando como argumento as ações de Gonçalves Ledo e de outros Maçons no movimento libertatório. Assim, em 13 de julho de 1822, foi aprovada a proposta de sua admissão, endossada por José Bonifácio, e, em 02 de agosto, D. Pedro era iniciado na Loja “Comércio e Artes”, recebendo o nome histórico de “Guatimozim”

D. Pedro foi rapidamente elevado ao Grau 2 (Companheiro) e, posteriormente, exaltado ao Grau de Mestre Maçom, alcançando assim a plenitude de sua vida maçônica. Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro assumiu o cargo de Grão-Mestre da Maçonaria no Brasil.

Nós Maçons devemos ter em mente que, não obstante a importância e o simbolismo que encerra, o dia 07 de setembro de 1822 foi, tão somente, a data em que D. Pedro bradou as palavras que apenas confirmariam o que já havia sido plenamente decidido nos bastidores da Maçonaria, a saber, a Independência do Brasil.

A propósito, disse Gustavo Barroso, em sua obra “História Secreta do Brasil” (Ed. Nacional, 1937): “A Independência do Brasil foi realizada à sombra da Acácia, cujas raízes prepararam o terreno para isso”.


Fonte:
Site oficial do Grande Oriente do Estado de Mato Grosso.

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